quarta-feira, 15 de julho de 2009

POLITICAS PÚBLICAS X ESPAÇOS DE SOCIABILIDADE INFANTO JUVENIL


Quanto mais leio, mais acredito que há ainda muitos espaços de sociabilidade infanto- juvenil e outros espaços educativos que não foram e não são corretamente trabalhados.
Como os cursos de pedagogia se encontram em relação à isso?
Eles simplesmente não dão conta de problemas atuais: os problemas históricos e as disciplinas optativas descaracterizaram os currículos.
As propostas político-pedagógicas das instituições públicas e particulares demonstram hoje, insuficiência na educação e na formação desses novos profissionais.
As propostas de curricullum atuais, com o sistema de avaliação voltados para as escolas cumpram suas funções didáticas pedagógicas para esse espaço institucional: formam indivíduos com competência lógicas fisiológicas e lógicos matemática .
O problema é que constatamos empiricamente com a realidade social que enfrentamos , o quanto estas mesmas instituições não cumprem mais as funções didáticas pedagógicas para uma lógica excludente e impositiva. E o quanto as funções sociais cumprem.
E essas funções não são avaliadas. Não temos os indicadores.
Como poderíamos então, avaliar as funções sociais diante das funções didáticas pedagógicas?
Roberto da Silva (FEUSP), pesquisador em educação social, diz que o desenvolvimento dessas políticas passa a ser um desafio para a educação social e pedagogia social assumir. Identifica vários outros nichos possíveis, onde as abordagens tradicionais demonstram sinais de esgotamento. Onde não são mais eficazes. E afirma que há muito se aponta a falência desses sistemas.
Acredito que romper com essas políticas é quebrar paradigmas. A na verdade, a pedagogia escolar nunca enfrentou de frente esses problemas. E a educação assim pensada, é enunciada apenas como algo desejável!
Instrumentalizar as praticas pedagógicas extra escolares passa a ser, ao meu ver, extremamente necessária.
O educador acumulou fatos históricos ruins. Diante da dificuldade de inventariar e historiar práxis sociais, como campos possíveis de atuação para o pedagogo social e educador social, sempre existiu a consciência que temos e que nos envergonha.
E perversamente também do lado de cá, algumas das marcas mais ruins das imagens que a sociedade faz à respeito da incapacidade dos educadores em educar, são relacionadas à esse problema.
O desafio imposto: como dar conta da complexidade desses sistemas?
João Clemente de Souza Neto (MACKENZIE), pesquisador, diz que houve historicamente um momento de encantamento com a educação, à partir da constituição de 1978, e o surgimento das ongs ( sobretudo as temáticas).
Diz que esse momento de encanto passou, e houve uma criminalização dos movimentos sociais. Ongs bem intencionadas passaram a ser executoras das políticas de estado e governo. Houve um atrelamento das ongs as políticas de governo para dar "suporte" aos programas sociais. Cada vez mais as ongs foram sufocadas e estranguladas com o problema das sustentabilidade: da lógica da dependência do capital estatal e público.
Esse cenário todo diz que, no Brasil, os modelos comprados não podem ficar alheios. Desenvolvemos modelos clássicos de análise e interpretação da pobreza, mas esses modelos estão comprometidos. A lógica que tinhamos era na resolução dos problemas. Trabalhamos hoje com a lógica da contenção dos problemas.
Em um contexto da educação necessária, como educadores que somos, há muito o que se pensar sobre essas reflexões.

Um comentário:

  1. Educação social e educação didático pedagógica não deveriam se termos que se misturam, ou matematicamente falando, conjuntos que se interconectam, existindo, portanto, elementos desses conjuntos que são, ao mesmo tempo, pertencentes a ambos? A ciência foi criada por humanos para atender nossas necessidades em fim; nesta interpretação mesmo a considerada "mais fria" das ciências não está de modo algum distante da nossa realidade cotidiana, basta saber ver, uma vez que todo a nossa ciência é humana, demasiado humana, ainda que com seus métodos e rigor tenha adquirido a habilidade de ser auto-corretiva, buscando assim uma proteção contra as nossas próprias falácias frente ao conhecimento.

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