A pergunta acima veio da reflexão, em uma das palestras que assisti do Prof. Dr. João Clemente de Souza Neto (MACKENZIE e PASTORAL DO MENOR), nas JORNADAS DE PEDAGOGIA SOCIAL- RUMO AO CONGRESSO INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA SOCIAL (ocorridas em maio de 2009, na UNISAL e UNICAMP), à partir da definição do professor do que seria o lugar social – os "produtos" e "produtores" de uma certa história, e de que pudessemos repensar a prática, refletindo sobre as políticas públicas para as crianças e o adolescentes no Brasil, fora do contexto escolar, objeto de minhas análises de mestrado.
Pois bem. Poderá então a pedagogia social construir uma proposta de política social?
Segundo João Clemente, as políticas propostas até aqui são equivocadas, sobretudo para os que estão fora do sistema . Essas são reprodutoras de um sistema social vigente, conforme também nos ensina outro professor, Marcos Francisco Martins (UNISAL). Marcos diz que elas favorecem o fortalecimento de reprodução de uma situação e não de uma práxis criadora¹.
Segundo João Clemente, as políticas propostas até aqui são equivocadas, sobretudo para os que estão fora do sistema . Essas são reprodutoras de um sistema social vigente, conforme também nos ensina outro professor, Marcos Francisco Martins (UNISAL). Marcos diz que elas favorecem o fortalecimento de reprodução de uma situação e não de uma práxis criadora¹.
Na história, João Clemente, aborda o primeiro grande equivoco: as práticas sociais e a política social dos jesuítas. Na pratica dos jesuítas com a questão indígena – desacreditar e desvalorizar o outro para perpetuar o que é institucional - as crianças deveriam viver conosco e deixariam suas famílias, pois as mesmas não tinham condições de conviver em famílias pagãs. Melhor seria viver conosco- quase como se fosse proposto um "seqüestro" de suas famílias.
A história do Brasil , o fez refletir e retomar à análise crítica das práticas sociais e pedagógicas, no período de 1500....1700. E a constatação da triste perspectiva de que estavamos vivendo da mesma forma. Nas Casas de Misericordia – 14 casas, sendo que 06 ligadas à políticas sociais, todas iam na mesma direção – desacreditar o outro, para fortalecer a proposta. E em 1950, ocorre a tragédia das roda dos expostos.
No quadro panorâmico do movimento da história e o movimento dos educadores sociais, tomou para si dois principios, reduzidos aqui, para problematizar a criança e adolescente no Brasil – os movimento sociais e o decorrer do séc. XX .
Todas essas questões, inclusive as relacionadas aos movimentos educacionais e anarquistas, o levaram a pensar a Pedagogia Social hoje e propor a seguinte pauta para reflexão na JORNADA:
ESTADO E SUJEITOS DE DIREITOS/ PEDAGOGIA SOCIAL/ MERCADO
1ª reflexão - ORDENAMENTO JURÍDICO – retomou sua análise, enquanto princípio onde as práticas pedagógicas e as atitudes decorrentes dessa prática fossem pautadas em um código jurídico, de uma "raça" de perigosos e uma "raça" vituosa. Aqui o "produto" seria a polícia (sic) : raça virtuosa onde na questão social, tudo se justifica e tudo se explica. Reflexão essa já abordada por Florestan Fernandes.
2ª reflexão- DESAFIO – na ótica de Paulo Freire, constata que vimos caminhando na história elementos do conflito e das condições de forças – Aqui o "produto" seria o consenso: Loas/ Eca/ etc.
3ª reflexão – INDICADORES DA PEDAGOGIA SOCIAL – nos programas sociais, há uma coexistência dos processos de opressão e da correlação de forças . Aqui o "produto" seria a mudança necessária.
4ª reflexão - MERCADO - No mercado capitalista– rápido e lucrativo – o grupo contrário tenta coptar todos os outros grupos – compra ética/ princípios/ ações. Aqui o "produto" é o sistema: onde tudo se compra, inclusive o direito à educação.
2ª reflexão- DESAFIO – na ótica de Paulo Freire, constata que vimos caminhando na história elementos do conflito e das condições de forças – Aqui o "produto" seria o consenso: Loas/ Eca/ etc.
3ª reflexão – INDICADORES DA PEDAGOGIA SOCIAL – nos programas sociais, há uma coexistência dos processos de opressão e da correlação de forças . Aqui o "produto" seria a mudança necessária.
4ª reflexão - MERCADO - No mercado capitalista– rápido e lucrativo – o grupo contrário tenta coptar todos os outros grupos – compra ética/ princípios/ ações. Aqui o "produto" é o sistema: onde tudo se compra, inclusive o direito à educação.
Não poderia afirmar se estou definitivamente correta. E na verdade, não me sentiria confortável nessa afirmação, em um momento onde olhar para essa realidade e descrevê-la sem uma análise teórico- crítica seria demasiado imprudente, ainda com meu senso comum à luz das ciências da educação. Caminho que estou aprendendo a "decodificar", nas análises dos discursos à partir de um conjunto ou de uma série deles. Aqui meu interesse não é apenas dentro de um contexto específico - comunidade ou instituição - e suas interações (apesar de não descartá-los totalmente quando forem necessários em sua causa). Minha análise seria de outra ordem, onde tentar contextualizá-los, seria relacioná-los como elementos que formam redes sociais, determinadas por regras e rituais, e por que não, modificáveis na medida em que se influenciam mutualmente.
E aqui "Focault"!!!! Fundamentar essas dificuldades de contextualização à partir de 03 itens: causalidade/ raciocínio/não imediatismo, não é uma das tarefas mais fáceis na complexidade social em que estamos inseridos.
Ver a Pedagogia Social como projeto societário seria intervir - considerando formar pessoas – sob a perspectiva de qual é nossa visão de mundo, compromissos e princípios éticos. Os meios, para mim são os processos formativos. E aqui a minha crença de que não poderiam ser outra coisa.
O princípio para análise de uma política social em uma análise e outra lógica. De olhar para o outro com potencialidade, capaz de criar, de transformar a realidade e torná-la mais humana. De perceber o outro , não como um delinqüente, criminososo, perigoso. E como nos ensina João Celemente, de pensar e olhar para o outro de uma outra forma de humanização, que passa antes pela análise de processo de práticas de desvio – e de que todos nos cometemos – que é o de perceber as coisas como situação problema e com a natureza de seqüestrar as pessoas e salvá-las.
E a mim me parece que essas análises, equivocadas, tem nos levado a repetir processos com políticas compensatórias.
Não podemos seguir históricamente, sem políticas sociais que façam as críticas aos programas. Mas não vamos também, acabar com as políticas sociais e de direitos humanos na perspectiva apenas dessa avaliação crítica , de nosso um lugar comum dos discursos, desconsiderando a avaliação dos elementos positivos que nos permitem refletir nossas práxis de outra forma.
Não podemos seguir históricamente, sem políticas sociais que façam as críticas aos programas. Mas não vamos também, acabar com as políticas sociais e de direitos humanos na perspectiva apenas dessa avaliação crítica , de nosso um lugar comum dos discursos, desconsiderando a avaliação dos elementos positivos que nos permitem refletir nossas práxis de outra forma.
Olhando assim acredito que possamos aprender a encontrar o humano. Matéria de que afinal, somos todos feitos. E acreditar em uma Pedagogia como meio e processo, caminhada de educadores , JORNADA educativa, para construção de uma política social.
¹ Práxis na definição de Velazquez.
Gostei do assunto e me interesso por bibliografia sobre pedagogia social, pode me indicar?
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